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quinta-feira, 23 de abril de 2009

O AMOR E O FOGO CONSUMIDOR...


Sempre aprendemos coisas novas, das formas mais inesperadas. Foi assim outro dia!

Conheci um senhor, que disse ser filósofo, e me falou que não existem acasos, e eu também penso assim, portanto nosso encontro meio inusitado numa loja de rua, também deve ter sido obra dos Devas.

Não sou nada chegada a conversar com estranhos, mas não tive escolha e o que se passou, na realidade não foi uma conversa, foi mais um roteiro de instruções para a vida, o que essa pessoa me falou.

Segundo ele, somo fundamentalmente constituídos de amor, verdade, justiça e caridade. Não importando o quanto pode ser confuso e gerar equívocos, para vivermos bem devemos estar dentro dessas condições básicas da vida, para só então podermos chegar a sermos considerados pessoas.

O Amor, no sentido que ele usou, diz respeito ao amor universal, um amor desimpedido de apegos e cobranças, que não apenas quer doar-se como também trabalha em função de um progresso coletivo.

A Verdade, esta amiga que anda em falta hoje em dia, deveria bastar para aplacar as duvidas e sanar as feridas, pois quando ela é proferida em qualquer situação, trazendo suas mais inesperadas consequências, traria também a paz consoladora, porque tiraria o peso das culpas que são a sombra da mentira.

A Justiça, nossa companheira de todas as horas, pois ele não se referia a justiça dos homens, é a consequência imediata dos atos de amor ou desamor, de verdade ou mentira. Para toda causa há um efeito, simples e diretamente proporcional as nossas ações, Lei de causa e efeito?!

Caridade, segundo ele mais simples, pois se vivemos no amor, e na verdade, significa que estamos acordados para nossa realidade intima e para a realidade que nos cerca. Vendo nossas próprias alegrias e misérias, caso realmente vivamos na Verdade, com certeza veremos a verdade do nosso próximo, suas dores e necessidades, sendo assim muito fácil correr para ajudar quem precisa: gente, animal e o próprio planeta.

Ele era um filósofo pacifista, e também ecológico, e eu processei tudo muito rápido, tentando escapar de um encontro não combinado, mas ele lembrava de vez em quando, adivinhando o que se passava na minha alma: Esse encontro não é por acaso...

Eu fiquei quase todo tempo muda, ouvindo e me perguntando ao mesmo tempo, Sonia, porque essas coisas acontecem com você? Então ele falou, para concluir nossa conversa, quase que como respondendo ao que minha mente disse...o importante é não esquecer, que ou estamos no amor, ou no fogo consumidor!

Quando estamos no amor, nosso sistema se equilibra e a vida flui num ritmo de saúde, paz e harmonia. Quando estamos no amor, eu concluo por ele, estamos mais próximos de nossa essência que também é verdade, vive dentro da lei de causa e efeito (portanto , justiça) e caridade. Todos conhecemos exemplos disso, M L King, Madre Teresa, etc. Sabemos que é possível, embora difícil sair do próprio mundinho para olhar ao redor e deixar-se tocar pelo amor que está em tudo e em todos.

Quanto mais nos afastamos disso, mais somos consumidos pelo fogo destrutivo das doenças da alma. Todos os tipos de transtornos físico e emocionais, o isolamento, as paixões de baixo nível, maldade, o orgulho e a vaidade, vingança. Se você quer saber se o inferno existe, esta aí a resposta! Este é o Fogo consumidor...

Se vocês estivessem lá, talvez achassem o filósofo um tipo maluco, quando a conversa começou, sem que eu tivesse incentivado isso, também achei. Depois fui entendendo que realmente ele era um tipo "maluco beleza", assim como eu mesma sou, e outras tantas pessoas que conheço, que insistem em acreditar que a vida pode ser melhor do que é, se ousarmos crer nos valores humanos positivos: Amor, verdade, justiça e caridade, e as que eu pessoalmente gosto muito, primas das outras, gentileza, compaixão, generosidade, respeito, etc...

Depois desse dia, me faço esta pergunta de vez em quando, estou no amor ou no fogo consumidor, e ai, procuro ajustar meus sentimentos procurando um estado de paz interior. E você, onde está? Beijocas em todos!!!

domingo, 19 de abril de 2009

DESABROCHAR OU A CORAGEM DE SER QUEM SOMOS


"E então chegou o dia em que o perigo de persistir sendo um botão causou mais sofrimento do que o risco de desabrochar. Anais Nin"


Temos medo de sofrer. Quem não tem?



E como agimos para que isso não aconteça, ou pelo menos que não doa tanto?



Quem respondeu "DEFESA" acertou!!!



Esse é um assunto escrito em livros, tão bem explicado nas teorias, com suas pontuações lógicas tão claras, tudo já tão definido pelos conceitos e pela razão humana, mas na prática...Nada mudou.



Algumas vezes explico para meus clientes como uma defesa funciona, e quando devemos correr o risco de abandona-la para seguir com nossa vida rumo a novos enfrentamentos e desafios.



Imagine que você vai sair, e lá fora está caindo um terrível temporal, perigoso e cheio de riscos para sua integridade. Para ir a rua você terá de armar-se de ferramentas: Um forte impermeável de capuz, um enorme guarda chuva, e galochas até o joelho.



Talvez você precisasse de um bote, quem sabe? Essa experiência foi sofrida e angustiante.



No dia seguinte, o céu está azul e o sol brilha. Você terá de ir até a rua, estudar, trabalhar ou namorar. Porém a experiência dolorosa o faz recuar. Você fica ansioso e angustiado, e só por precaução decide ir de capa e galocha, guarda chuva, etc. Enquanto durar esta emoção ameaçadora você vai continuar usando o seu arsenal particular de desculpas e mentiras.Imagine você torrando naquele calorão de 40 graus. Chega uma hora em que seus recursos defensivos geram mais destruição e frustração do que aconchego e proteção. É hora de mudar!

Nosso cérebro humano ainda guarda um aspecto reptilíneo de ancestralidade, que nos confere exatamente como nos animais reações defensivas, porem como somos mais sofisticados, mantemos essa proteção além do necessário. O que é o nosso bem, pode ser nossa ruína.

Ser quem somos, inclui delícias e dores, e como tudo na vida, um certo grau de ansiedade. Todo mundo sabe, que nem o Cristo agradou a todos!

Vale dizer que as tensões que se aplicam a situações corriqueiras da vida, também se aplicam as opções que fazemos de demonstrar o que pensamos, o que desejamos, o que podemos fazer e quem somos nós. Para muitos de nós é preferível ficar encolhido ou escondido num canto qualquer, remoendo nossas dores, com medo de não sermos aceitos. Até que um dia o esconderijo sufoca e deixa de ser protetor.

Se você imagina que está no palco da vida, com todos olhando para você, e ao menor deslize tudo vai desmoronar, ou que voce é um grande artista e que não pode esquecer o texto ou dizer a fala certa, senão os aplausos não virão...Saia daí, porque tudo passa muito rápido, e a vida é o que acontece enquanto você fica se preocupando com o apluso ou a vaia dos outros. Vale a pena?!

Não posso responder pelos outros, mas sinto que quando nos paralisamos com medo de desagradar ou não nos abrimos, para não perder o afeto dos demais, em breve os sintomas emocionais vão bater em nossa porta para fazer sua cobrança.

Cada um de nós tem um aspecto singular do qual o mundo precisa para se completar. As flores se abrem no tempo certo, seguindo um percurso natural, amadurecem e partem, deixando suas semente e perfumes. Agradam a todos? Nem nós!

Mas quando chega a hora do nosso crescimento, impedi-lo dói mais do que ser rejeitado por qualquer um...











quinta-feira, 16 de abril de 2009

Bem-me-quer, mal-me-quer,bem...



Quantas vezes você já desfolhou a margarida?


Se você é mulher e quando menina ainda haviam margaridas nas ruas onde corria livre, provavelmente já fez essa brincadeira, desejando ardentemente que o resultado fosse bem-me-quer!!!


Se você é homem vai pensar, que bobagem, mulher tem cada coisa idiota e maluca. De vez em quando tenho que concordar, até porque dependendo dos hormônios ou da lua, ficamos mesmo meio loucas. Mas garanto que essa brincadeira afeta a todos nós, inclusive os homens.


Crescemos, e agora? O que nos aconteceu?


Acho que as vezes, quando acordamos e nos levantamos da cama para enfrentar o novo dia que começa, ao olhar no espelho, sendo voce homem ou mulher, encontramos uma margarida novinha em folha, pronta para ser despetalada...


E começamos: bem-me-quer, mal-me-quer...Estou agradando, não estou agradando, fico bem com essa roupa, não fico bem com essa roupa, minha cara está boa, minha cara está um horror, vou conseguir conversar aquele assunto com fulano, não vou conseguir conversar aquele assunto com fulano, ele ainda gosta de mim, ele não gosta mais de mim, sou mais inteligente e esperto que fulano, não sou tão esperto assim, etc vai dar certo, etc não vai dar certo...


Parece que sobre muitos de nós, paira uma dúvida que pode ser cruel. Somos merecedores do amor, afeto e respeito do outro ou não somos merecedo

res desses bonus?

Como responder a esta dúvida, se ela foge a questão da razão?


De quantas afirmativas precisamos para poder crer no potencial que temos em nós?

Qual é o tamanho do buraco do nosso coração e de quantas toneladas de amor e elogios alheios precisaremos para preencher esta dúvida?


Talvez o melhor que possamos fazer, seja mudar o foco da pergunta: Bem-me-quero, mal-me-quero...


Gosto de mim, não gosto de mim, gosto do que vejo em mim, não gosto do que vejo em mim...na maioria das vezes o foco cai no outro, onde projeto minhas carências, dificuldades e limitações. Vamos concordar, que as vezes o "outro dá uma forcinha" ajudando a gente a ficar toda despetalada, mas se isso acontece e parte sempre do outro, lembre-se , somos nós que precisamos tomar uma atitude, pois afinal, assédio moral também é crime!


O que podemos fazer para enfrentar esse desamor e descredito pessoal?


Não existem fórmulas, mas entendo que podemos começar escolhendo com qual dos personagens vamos nos identificar: Com a pessoa que escolhe qual das pétalas vai retirar, ou quais aspectos de si agradam ou precisam melhorar, ou com a margarida frágil que cai derrotada ao fim desta tortura...


Pense nisso, da próxima vez que se deparar com essa situação, acredite que voce tem escolhas melhores do que sair despetalada desta batalha!














terça-feira, 14 de abril de 2009

AMAR O PODER OU O PODER DE AMAR?


"Há pessoas que amam o poder, e outras que tem o poder de amar" Bob Marley
UAU! É isso ai!
E, o mais legal, é que não é sopa de letrinha!
Amar o poder é errado? Sei que não é politicamente correto dizer Dizer SIM EU AMO O PODER! Até porque "poder" desperta sentimentos variados e até antagônicos.
Mas vamos combinar, as vezes dá um imenso prazer quando sentimos que fomos lá e conseguimos conectar com nossa capacidade de realização. São momentos especiais que acontecem, fruto de um contacto com nossa fonte de poder pessoal.
Vem em seguida, a grande satisfação de ver que o esforço produzido pela ação concentrada gerou um resultado positivo e favorável. Deve ser isso que sentem os jogadores quando marcam um gol!
Talvez pudéssemos considerar que há um tipo de poder que corresponde ao Eu, nosso self ou alma. Fonte de vida e saúde, que nos arrebata em motivação, nos encoraja para sair do fundo do poço (quem não cai nele de vez em quando?) Que traz o signo da persistência, por exemplo, quando um professor vai até a ultima gota de paciência para ensinar ao aluno que tem dificuldades para aprender, e vê o resultado positivo no final de sua empreitada. Ou qualquer um de nós que luta na direção de dar um sentido maior aos nossos projetos, ou trabalhar em prol de uma causa, por mais difícil que possa ser.
Imagino que existam milhões de pessoas laboriosas e tão poderosas por aí, fazendo sua parte no universo, sem sequer dar-se conta do PODER pessoal que está envolvido em suas ações desinteressadas e espontâneas. É o amor em andamento, que se faz poder, trazendo as mudanças mais importantes, seja na vida pessoal, ou no social.
Existe um outro poder que se movimenta diferente, pois está vinculado a posse, ao domínio e a subjugação. Ele afeta as pessoas como se fosse uma droga, causando euforia, mania de grandeza, em alguns cria um estado alterado de consciência que faz a pessoa acreditar que o mundo gira em torno dele, outros desenvolvem paranóias constantes, crendo que existe um complô organizado para tira-lo desse status glorioso de "rei".
"Você sabe com quem está falando?" ou " Você não sabe quem é meu pai!" ou a tal carteirada fatal que derruba os pobres mortais do caminho, são as condutas naturais deste tipo de poderoso, e o pior que existem outras mais sutis.
Esse poder está ligado a parte superficial de nosso ser, o nosso Ego, persona, pequeno Eu, ou o nome que queiram dar. Tem relação com aspectos transitórios e fragéis, conectado a funções temporárias e efémeras, que pelo carater sedutor, (principalmente quando não nos conhecemos bem), assumimos por desconhecer, que ISSO que fazemos ou temos é o que SOMOS. Quando mais ligado nesse "poder", mas nos afastamos do Poder pessoal, ou alma.
Amar o poder e o aplauso que ele produz, pode ser viciante e danoso. A curto ou longo prazo vamos ver os danos deste desvio. Considero que o maior risco é o ir afastando-se, passo a passo do próprio centro do ser, perdendo-se cada vez mais do caminho de volta. Tirando os "papéis" que a pessoa desempenha ou sua voz de comando, não lhe sobra nada.
Quanto ao poder pessoal, podemos chama-lo de poder de amar, ou amor, ou capacidade de doar-se ou amar ao próximo como a si mesmo, amigo do amor, amantes do amor?! Ponha o nome que quiser, se for possível, ponha seu próprio nome: Fulano de tal amor...pode não dar ibope, mas é leve, curativo, regenerador, dá sabor a vida, recupera situações do passado, promove um futuro feliz, fonte de paz e de encontros inesquecíveis com as propostas de sua alma.
Beijos, uma linda semana, e meu desejo sincero que nossa Alma seja sempre o centro orientador de nossas ações, e que esse poder de amar seja aquilo que nos movimenta para saúde e para a alegria!

domingo, 12 de abril de 2009

Eu sou ...deixa pensar...UM DIAMANTE ?




Eu…
de Florbela Espanca

Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho,
e desta sorte
Sou a crucificada… a dolorida…
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo,
triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!…
Sou aquela que passa e ninguém vê…
Sou a que chamam triste sem o ser…
Sou a que chora sem saber porquê…
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
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Quem sou eu, quem é você?
Essas são as perguntas inquietantes e constantemente pesquisadas, mesmo que não ousemos falar para os outros as descobertas desta intrigante pesquisa.
Quem sou eu, é uma pergunta que acomete mais a uns do que a outros. Há gente que se acha sabedor de si, e se conhece muito bem, embora quem olhe de fora só veja incoerências e arrogância.
Outros fingem saber-se mais que qualquer coisa e tecem teorias sobre si mesmos, de tal forma que sempre há justificativas para todos os seus atos.
Conheço pessoas que tem medo de olhar para si e encontrar aquilo que mais temiam, suas maldades, seus temores e suas glórias. Preferem ficar anestesiadas, pois julgam que o seu interior é feito de coisas que jamais poderiam ser aceitas pelos outros.
Talvez o que para muitos traz dor e inquietação, para mim traz conforto e alegria. Não somos uma coisa só, e jamais seremos o que gostariam que fossemos.
Exatamente como um diamante bruto, precisamos trabalhar na descoberta de novas facetas, e ir trabalhando infinitas vezes nela, para que se torne bela para os nossos olhos. Então passamos para uma outra face, e outra.
Quem olha um diamante incrustado numa jóia, lhe vê o todo. O brilho, o formato e gosta dele ou não. Nem os diamantes agradam a todos!
Assim somos nós, nos olham o todo, talvez não nos encontrem de fato. Mas nos revelamos a quem tem sensibilidade para ver as nuances e detalhes mais preciosos.
Não há um diamante igual ao outro, nem uma pessoa igual a outra. Nem sequer teorias filosóficas e psicológicas que definam alguém. Nos dão pistas, e a delícia consiste em pesquisar para concluir que nada é de fato tão preciso sobre uma pessoa.
Por isso gosto de poesias...os poetas são livres e não tem medo de dizer as tais palavras: não sei quem sou, nesse mundo ando perdida...
Por isso gosto do meu trabalho...pois dando as mãos uns aos outros, é mais fácil achar o caminho para dentro de mim...
para dentro do outro.
O que encontro em mim, o que encontro no outro? Pedras brutas, diamantes em estado bruto...Nada daquilo que imaginação nenhuma poderia definir em suas literaturas sábias, nada tão pronto assim, que não possa ser lapidado ainda mais, e, pelas mãos do próprio dono...
Nada daquilo que eu gostaria que fosse em mim, e que provavelmente você não gostaria que fosse em você, simplesmente um trabalho comum e dedicado, para ser feito com muita disposição e pouco glamour.
Pedras, diamantes de quilates diferentes, gente boa que cruza nossas vidas, pessoas raras que compõem nossa história de vida, experiências que lapidam o espírito,poesia e ternura, tudo isso e muito mais, se revelam na jóia que cada um é, talvez nos falte apenas ter olhos para "ver"!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

DESPEDIDAS E REENCONTROS...


Queria te dizer o quanto você foi importante para mim, dizer que seu sorriso me importava, assim como sua dor....
Queria dizer que outro dia eu pensei em te ligar, mas na correria do dia, não foi possível...
Outro dia sonhei com você...lembra, foi um sonho engraçado, parecia de verdade, como no tempo em que eu era criança e você me levava para passear...
Da ultima vez que estivemos juntas, lamentei muito não poder ficar mais um pouco, mas realmente não dava pra ser...
Será que eu agradeci o suficiente, o tanto de amor e carinho que você me deu?...
Passou rápido, não foi? Mas, sabemos que a distancia não diminuiu todo esse carinho!
Queridos amigos, será que todas as despedidas não são assim?
Parece que sempre faltou alguma coisa, algo que se perdeu, palavras que não foram ditas no ultimo encontro, mais um minutinho entregue naquele abraço gostoso, um pouco mais de café na xícara, só para não terminar a conversa...
Alguma despedidas são amargas, pois algumas dificuldades impedem a troca espontânea e alegre do amor. Fica uma coisa incompleta, constrangida, que chega a dar raiva, pois não se pode falar do amor que estava ali travado pelas exigências e criticas. Já tive despedidas assim, e demora um tempo até a gente poder doar o afeto que ficou guardado e magoado. Quem não sabe o que é isso?
Saudades que ficam na alma, a espera de um reencontro, mas que em nada afetam o amor e a gratidão de ter vivido e aprendido com alguém.
Colhemos das pessoas experiências boas e ruins, como flores e pedras, e vamos construindo um cenário rico de vida e de sentimentos.
Vemos as pessoas partirem, numa viagem que nos deixa um vácuo pela perda, e que por mais que se compreenda a simplicidade da partida, em nada diminui a dor da despedida. Nossa compreensão ainda é limitada pela visão muito abaixo do necessário, para compreendermos os mistérios da criação.
Creio nessa metamorfose continua, com a possibilidade de ir lapidando a alma, pouco à pouco, vida após vida, num ato contínuo da criação divina.
Assim, minhas despedidas são a ante-sala do reencontro, onde de um ponto ao outro, somente minha incapacidade de ver além não me permite ter a clareza de que necessito para ver o que meu coração já pode sentir.
Hoje, quero honrar meus antepassados e queridos amigos que se foram, numa prece de gratidão eterna pelo que me ofertaram em vida. Todos contribuíram para meu crescimento e força interior, me dando exatamente o que precisei para crescer e me encontrar aqui, compartilhando com amigos queridos.
Justo nesta semana, onde comemoramos a Paixão de Cristo e a Páscoa oferto meu amor incondicional à todos, crendo sinceramente que a morte não é mais que um ritual de passagem, carregado de um sentido místico que por fim encerra um ciclo e nos prepara para outro.
Assim, desejo que possamos ver além das aparências que a vida nos oferece, e que encontremos esperança e alegria na certeza de que se por um lado nos despedimos, para quem parte, o Mundo Astral está cheio de lindos reencontros.