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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Águas claras, águas claras…águas da minha vida

Quanta água tem que passar por baixo da ponte maninha?

Pra quê quer saber?…não entendi!

Gosto de pensar nessas coisas, só filosofando, rsss…sim, vou reformular!

Maninha, quanta água tem que passar por baixo da ponte, debaixo da ponte da minha vida,  para que eu possa deixar para trás tudo aquilo que as águas me trouxeram nesse ano que quase se acaba? Gostou agora? Entendeu? Caramba…não dá pra ser sutil com você!

Entendi! Agora entendi. Rsss…Não sei responder…Putzs!

Achou essa conversa maluca? Desculpe desaponta-lo, mas esse é o tipo de situação que mais acontece no esconderijo de nossa cabeça. Lá no cantinho onde ninguém vê, ninguém entra, está a sala de visitas onde cada um possui a chave secreta para entrar e se perguntar coisas que normalmente não tem coragem de falar com os outros, sala do diálogo interno...

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Mas eu sou acostumada por vocação e por profissão a entrar nesse jardim/esconderijo de conversas íntimas que expõe o lado mais frágil e delicado de cada pessoa, inclusive o meu. Todo mundo tem esse canto guardado dentro de si.

Nesse canto da alma sorrimos de coisas que só nós sabemos, e é também por lá que deixamos guardados os pedaços sofridos que não conseguimos consertar. Lá estão as perguntas mais desconcertantes, as dúvidas que dilaceram o coração, o lado mais humano e mais carente, o que somos na simplicidade de nossa humanidade.

Sabe aquela pessoa com jeito de segura e bem resolvida, parecendo que tem respostas para tudo na vida ? Não se engane com ela, ela é igual a você!

Serei feliz, serei amada, vou conseguir chegar onde quero, as pessoas me acham interessante, sou inteligente, engordei, que corpo horrível é esse que carrego a gora, viu? até que melhorei , estou sozinha, nunca serei feliz, quantos amigos eu tenho, meu Deus como me sinto só…

Quanta coisa cabe nessa cabeça, quanta água passa por baixo da ponte da vida, quantos encontros e desencontros se fazem em uma ciclo de um ano, quantos aprendizados sofridos e quantas lágrimas choramos ou escondemos por baixo de um sorriso conveniente durante 365 dias?!

Ai maninha, que pergunta difícil…tanto tempo sem escrever no “Novas sementes” e vem você com essa conversa maluca, cheia de perguntas sem resposta, não dá para simplificar?

Mas não estou complicando, é mesmo assim, pelo menos para mim, talvez para vocês também…

Colocamos cada sonho na palma da mão, olhamos para ele e nos debruçamos na ponte da própria existência, na ponte da nossa vida, ponte frágil que liga os dois extremos da alma e do corpo, da emoção e da razão, da fé e do desespero, da canção e do silencio, da vida e da morte, do amor e do desencontro, do adeus e do regresso, para depois de um tempo, que é feito de poeira de estrelas , debruçada na ponte de nosso ser, abrir as mãos e deixar os sonhos seguirem com as águas da vida…

Olhando as águas que correm, me sinto pequena maninha! Quanta água corre no leito do meu ser, quanta coisa se passou pelos dias desse ano, sem que pudesse me apoderar delas, sem que pudesse parar essas águas e não me afogar ou me perder nas margens do meus sentimentos, mas bordas do meu pensamento.

Sabe querida, somos mesmo isso…a pessoa que observa a água, a ponte que sustenta o que somos e a água que não para de correr…

Quase um ano sem escrever aqui! Foi o tempo que deixei passar correndo nas águas dessa vida cheia de inconstância e inexatidões, para concluir que tudo está sempre certo, e as águas da vida sempre sabem onde vão chegar!

Amigos, deixo um bjo em todos!