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domingo, 29 de março de 2009

Jejum de palavras...




Palavras, palavras, palavras que muitas vezes não dizem nada.
O Mestre Sri Sathya Sai Baba, costuma dizer que as palavras são como as abelhas, produzem mel e podem ferir com seu ferrão...
Nossa educação e nossa cultura nos ensina que devemos responder e discutir pelos nossos direitos. Usamos as palavras como um instrumento de poder e de corte, quase que como uma arma mortal. Proferirmos palavras como se elas fossem portadores de verdades e certezas, com elas julgamos, ofendemos e se falarmos mais alto, calamos o outro deixando-o reduzido a sua dor e desamparo.
As palavras são fonte de alegria e de enganos, quando dizemos ao próximo que o amamos, podemos deixa-lo feliz e confiante, mas de nada valerá, se não vier acompanhada de uma ação honesta e sincera.
As palavras são um perigo quando se transformam em elogios e viciam nosso ego frágil e vaidoso. Gostamos de ouvir as "verdades" que enaltecem nossa "grande personalidade", mas podemos apenas estar sendo vítimas de alguém ardiloso como uma raposa, que conhece nossas fraquezas melhor do que ninguém.
Palavras podem ser curativas e misericordiosas, aliviando a dor de quem sofre e minorando a solidão de quem vive carente e desvalido. Mas para curar existem também o sorriso, o olhar amoroso, a mão que se estende sem querer nada em troca...portanto...
Palavras são instrumento de magia: fazem um bem enorme ou um estrago terrível!
As palavras agem sobre o nosso próprio psiquismo, assim como sobre o psiquismo do outro, além de materializar-se no cosmos sobre um aspecto que nós, os esotéricos chamamos de forma pensamento, energias que se constroem ao longo do tempo e fortalecem as nossa piores crenças e nossos melhores anseios.
As palavras são vivas!
As palavras são cheias de energia e se as usarmos sem critério ou consciência, elas perdem seu valor e tornam-se mero falatório, blablablá sem sentido, ou viram um desperdício de sentimentos ou catarse inútil de ódios e ressentimentos.
Falar pode ser fonte de soluções e entendimentos, quando passam pelo filtro do amor e da consciência, caso contrário, é melhor calar!
Muitas tradições religiosas se utilizam desse recurso, escolhem um dia da semana e fazem um dia de silencio voluntário. Calam-se ou falam o mínimo necessário, de forma a recuperar a energia vital, armazenam energia e ganham equilíbrio e discernimento sobre as próprias questões e sobre si mesmo.
O Silêncio é fonte de paz e harmonia... e sempre que me sinto cansada ou chateada, me utilizo desse remédio! As vezes o silêncio fala mais alto que qualquer palavra, e dá o seu recado em alto e bom som.
O recurso do silencio é a essência do que ele representa. Calados, no mínimo temos a chance de cometer menos injustiças e aprender a usar as palavras com sabedoria.
Na época de tantas dietas milagrosas, minha sugestão é o jejum de palavras! Boa sorte e lembre-se de que se a palavra é de prata, o silencio é de ouro!
Beijos...

segunda-feira, 23 de março de 2009

PARA QUEM ACREDITA EM MILAGRES...

Milagres, você acredita?

Em nossa vida, milagres acontecem todos os dias, e as vezes nem sequer notamos...
Pensamos em milagres como coisas grandiosas, de efeitos espetaculares...
As vezes, são pequenos detalhes, que nos ajudam a sobreviver no terrível inverno da alma.
As vezes, são palavras que ouvimos e nos muda o destino.
Outras, são o sorriso inesperado que recebemos e nos adoça parte do dia e nos dá forças para mais algumas horas.
Agradeço a Deus estes pequenos milagres do dia à dia, que faz a flor nascer no meio da neve e a esperança brotar no solo dos aflitos.
Os milagres estão escondidos na magia da vida, na simplicidade dos gestos amigos e desinteressados, na doação generosa das palavras que confortam, no amor que nos enche de coragem para esperar que o bem se estabeleça entre aqueles que amamos.
OM SAI RAM

domingo, 22 de março de 2009

MEU JARDIM ZEN





QUEREMOS LINDOS JARDINS, CHEIOS DE FLORES E PÁSSAROS CANTANDO.




QUEM GOSTARIA DE TER UM JARDIM ÁRIDO, DE PEDRAS E CASCALHO?




Este é um jardim Zen, em lugar de flores existem pedras, que representam as montanhas, e o cascalho representa os mares do japão. Ele é cuidado para que as ondulações dêem os movimentos da agua.


São quinze pedras espalhadas no jardim, mas só quatorze são vistas, independente de que ângulo você as veja.


Apenas quando se alcança um alto grau de meditação, ou iluminação, é possível ver a décima quinta pedra.




Ao primeiro olhar, talvez você não encontre sua beleza. Ele é seco, áspero...


Mas pensei em minha vida e na vida de muitas pessoas que conheço e encontrei uma beleza oculta no jardim zen.


Nossas vidas as vezes são assim, duras e aparentemente sem vida e sem graça.


Flores? Nem pensar!


Sombra e agua fresca? Quem dera!


Durezas, dificuldades, desafios sem fim, ao olhar para nosso jardim de pedras, não vemos beleza nem conforto.


Queremos sair correndo dali e ir para outro lugar...


Mas se ficarmos, (não garanto a "iluminação") quem sabe a gente encontre um algo a mais, alguma beleza neste panorama adverso, quase hostil?


Será possível encontrar beleza nas pedras que estão no nosso jardim da vida?


Será possível encontrar o frescor nas ondas do mar das emoções, quando elas são secas, áridas e tão duras?


Realmente é possível olhar para as dificuldades e encontrar ali a estética da vida, aquilo que dará todo o sabor da experiência futura? Aquilo que não nos matando, deixará a todos mais fortes?


Este é um Jardim Zen, no qual a visão completa, o 15º elemento só se revela pela visão além das aparências. É a resposta clara que não veremos enquanto nossa alma não estiver pronta, serena e amadurecida para ver...


Só depois diremos: Aquela experiência tão dura, fez de mim umaVerificar ortografia pessoa melhor...ou agora, depois de tudo passado, vi que entre as pedras do meu jardim, nasceu uma singela flor!


Vamos nos preparando para a vida na própria vida, e nela criaremos calosidades, feridas e encontraremos as flores entre as pedras e descobriremos o prazer de desenhar ondas no mar de cascalhos...feliz de nós, se conseguirmos em algum momento despertar das ilusões e ver o 15º elemento, aquilo que em outras palavras poderíamos chamar de Amor...e quem sabe, assim, meditando no jardim da nossa própria vida, possamos aprender a apreciar amorosamente tudo aquilo que o destino nos oferece como oportunidade.


Beijos, e meu desejo sincero que entre as pedras dos seus jardins, haja uma linda e singular flor, enchendo de sentido todas as experiências vividas...




quinta-feira, 19 de março de 2009

Flexibilidade


"Quando nasce, o homem é fraco e flexivel.
Quando morre, é forte e rígido.
A firmeza e a resistência são sinais de morte.
A fraqueza e a flexibilidade, manifestações de vida"
Lao Tsé, Tao Te Ching
.....Já tinha pensado nisso?!
Bem devagarinho, vamos deixando para trás a leveza e a flexibilidade. Vão ficando no passado também, o riso solto, as brincadeiras, e o entendimento espontâneo de que não precisamos acertar sempre.
Acho que ainda é possível lembrar do tempo em que um tombo, desde que não machucasse de verdade, virava motivo de muitas gargalhadas!
Ainda hoje gosto de ver como as crianças são inteligentes e sábias quando brincam e teatralizam seus sucessos e derrotas, muitas vezes fazendo os dois lados da mesma brincadeira, e conseguem se divertir tanto com isso!
Elas brincam e são felizes, levam a serio a brincadeira, mas sabem que estão brincando. Tem o domínio do jogo, mas sabem que é só um jogo. Levam tudo a sério, mas divertidamente saem e entram dos muitos papéis que precisam desempenhar.
O que acontece depois?!
Muitas coisas acontecem depois...e nem todas tão boas assim!
Parece que a maioria de nós esquece que é só "uma brincadeira" e acaba se levando a sério demais.
Temos metas a alcançar, satisfações a dar mais aos outros do que a nós mesmos, títulos a colecionar, impressões a causar no ambiente, opiniões formadas sobre quase tudo, uma personalidade para impressionar, e agora, parece que medimos sempre menos que o "outro". É cansativo, competitivo e cheio de desamor.
Fico chocada com os adolescentes que são massacrados pelo desempenho e sequer tem a chance de deixar seus sonhos brotarem para escolher um caminho de vida, lamento ver as pessoas sacrificando a saúde em prol de projetos de vida equivocados e mesquinhos...é tão estúpido quanto ter que "lutar" pela paz. Que coisa é essa?
Não tenho respostas, mas as vezes até a auto-estima, que deveria ser algo natural ao ser humano, tornou-se produto de consumo, e o simples fato de não estarmos felizes com o que somos, torna-se um problemático caso de menos valia.
Vamos combinar: É impossível agradar a todos, e as vezes a gente sequer sabe direito o que quer da vida num certo momento. Tudo bem, pode ser assim...
Não existe nenhum campeonato oficial para super herói no planeta. Somos muito limitados e ao mesmo tempo incrivelmente potentes e criativos.
Temos sementes de alegria e dor, e duas mãos e o solo fértil da mente para planta-las...a maioria das exigências, competições e obscuridades estão mesmo dentro de nós, contorcendo nossa frágil noção do que somos e do que podemos.
Se você deseja estar mais vivo do que morto, mais flexível do que rígido, mais potente do que impotente, manifestando mais a vida do que a morte, é muito simples!
Respire, relaxe, e torne consciente para si mesmo que sua importância é ao mesmo tempo ilimitada, pois seu papel no plano cósmico é único, e ao mesmo tempo insignificante, pois além daqueles que te amam, há pouquísima gente prestando atenção em você, e talvez esses não valham o valor todo que você lhes atribui...
A vida passa rápido, e sendo flexíveis chegamos mais longe com melhores condições. Por isso vale a pena admitir os erros, pedir desculpas, perdoar a si e aos outros, curtir a vida, amar muito a tudo e a todos e no fim poder rir de si mesmo...
Beijocas e LUZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZZ!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Elos de amor







Falar de amor é muito difícil, mas...difícil é o caminho, como já coloquei em um outro post.


Essa semana foi especialmente interessante no tocante a esse assunto, pois ficou martelando em minha cabeça um alerta dado por um amigo, que me disse: estamos todos unidos por elos invisíveis. Se deixarmos alguém para trás não importa o quanto já tenhamos caminhado, será necessário voltar e trazer para perto aquele que ficou distante.


No dia em que eu ouvi essas palavras, fiquei muito emocionada, pois no fundo de minha alma é isso que sinto.


Desde criança me incomodou as diferenças sociais, a pobreza, a dor alheia, e era muito difícil entender porque havia tão pouco interesse em ajudar aos que precisavam de algo importante. Não quero com isso causar a impressão que sou boa pessoa ou melhor que ninguém!


Eu era, e sempre fui uma garota inquieta, com muitas perguntas e questionamentos, apenas isso. Hoje considero que fossem os anseios de minha alma, que acabaram por me conduzir ao trabalho como terapeuta e a dedicar-me aos trabalhos espirituais.


Porém o tempo passa, a gente se torna adulto e outras prioridades e valores são incorporados as nossas vidas, mas sempre busco resgatar minhas necessidades de alma, respeitando o que meu coração diz.


As vezes a vida vem e nos traz a oportunidade de vivenciar na prática coisas muito interessantes, e nos convida a buscar no tempo os elos de vidas que se perderam no desamor, na mágoa, na raiva, as vezes no ódio e na desistência.


Então constato como é ridiculamente fácil amar e estar junto daqueles que não nos causam desconforto e dor! A esses chamamos de irmão, de amor, de amigos.


E que faremos com aquelas pessoas que passam pelas nossas vidas como um trator emocional nos roubando alegrias, esperanças e até a fé na humanidade?


Bom queridos amigos, não há receita pronta para isso...minhas ideias são apenas para nossa reflexão e nada mais que isso, portanto não há receita pronta.


Sabemos que pessoas não vem com manuais de instrução, mas em uma coisa eu posso apostar: Todos precisamos de amor.


Durante a vida da gente, encontramos gente que ama com facilidade, outros que tem um amor adoecido, outros que reprimem o amor, pessoas famintas e morrendo pela falta desse sentimento.


Se nos magoam ou nos desagradam, ou ainda se não atendem a expectativa, vamos deixando-os para trás, rompendo elos de relacionamentos existenciais e kármicos, com o mesmo desamor a que somos submetidos.


Não somos obrigados a nos relacionar com pessoas que nos ferem, mas considero importante entender porque essas pessoas entraram em nossas vidas, e qual o grau de comprometimento que temos com elas.


Minha conclusão e experiência pessoal, por mais paradoxal que seja, me aponta o caminho de resgate do respeito e da dignidade em relação ao outros.


Quanto mais nos afastamos e fugimos de enfrentar as dificuldades, maior é o caminho que precisamos percorrer para recuperar a relação de respeito que perdemos lá trás, e que na maioria das vezes implica um número maior de pessoas.


Amar não implica necessáriamente ficar sorrindo feliz ao lado de alguem. Podemos encarar o amor como algo vivo, que todos possuimos, mas que em muitos não está disponível e amadurecido.

Mas quem somos nós para julgar?

Será que sabemos amar?

Não tenho uma resposta definitiva, mas ouso dizer que devemos dar uma chance ao amor, pois ele é a única atitude curativa e restauradora daquilo que sentimos roubados de nós.

Talvez apenas a consciência, que somos parte de uma corrente de elos espiritualmente frágeis e delicados, nos faça sentir compaixão por aqueles que um dia nos feriu.

Sentimos a dor, e rompemos os elos com rancor e mágoa, mas o TEMPO, acaba por nos apresentar as contas com seus amargos sintomas de culpas e ansiedades...muitos daqueles que deixamos para trás acabamos por ter de ir lá e trazer de volta com nosso perdão sincero e desinteressado. Perdoar liberta ao outro e a você mesmo...

Fica um lembrete: Somos todos iguais, nem melhores nem piores que ninguém. Vemos os erros dos outros com clareza, mas os nossos próprios erros sempre é mais fácil de justificar...Paz e Luz!






quinta-feira, 5 de março de 2009

Caminhos difíceis!!!


Nossa vida é feita de caminhos e escolhas...
Algumas são tão simples e rotineiras, que sequer nos damos conta delas durante o dia. Apenas vamos seguindo no piloto automático e nem sentimos o peso de nossas decisões ou pouco nos importamos com os resultados.
Sem perceber escolhemos um caminho, algo resultou disso e nos afetou diretamente, ou afetou o nosso próximo ou nosso ambiente.
Fazemos isso um milhão de vezes sem nos dar conta, quando escolhemos a roupa que vamos vestir, o prato que vamos comer, a tarefa que vamos fazer, se ficaremos descansando ou se vamos sair a rua para compras no mercado, se estudamos ou lemos um livro, o modo como interagimos com os outros... uma infinidade de situações.
Essas coisas aparentemente simples não nos exigem muito e estão dentro de um modo "econômico" de decisões, embora ao longo de uma vida a gente acabe se deparando com os resultados e pagando o preço da distração e da falta de consciência.
Porque será que optamos de forma tão mecânica e fazemos de tudo para minimizar a necessidade do esforço nas nossas ações e decisões?
Porque insistimos em escolher o caminho mais fácil, embora ele nos leve sempre aos territórios mornos do já conhecido?
Porque nos encolhemos e nos deixamos levar pelo já habitual e acomodado jeito de viver, muitas vezes repletos de infelicidade e dor?
Poderia dar a vocês muitas respostas.
Culparia a ansiedade, que é como um tigre solto em nossas emoções, ou diria que a culpa é do cérebro que se acomoda em sua fisiologia e age robotizadamente, ou culpar o social, sei lá...
Não vou culpar a nada nem a nós mesmos, agimos assim hoje, poderemos mudar se quisermos.
Mudar tudo? Todo nosso jeito de agir e sentir?
Alôooooo, vamos com calma, mude coisas pequenas, mas ouse mudar sempre, devagar e sempre, naquilo que for possível...
Se for muito difícil para fazer as mudanças, peça ajuda!
Vou deixar uma sugestão!
Achei um pensamento de Kierkgaard (Filósofo Existencialista) que adorei, e acho que pode ser um estímulo para que tomemos um pouco de coragem para sair de nossa zona de conforto absoluto:
"Não é o caminho que é difícil. Pelo contrário, o difícil é que é o caminho."
Achei que vem a ser uma inspiração para quem deseja crescer.
As vezes sofremos tanto e resistimos tanto às mudanças, que nem nos damos conta que ficar onde estamos pode ser pior do que escolher o "difícil".
O difícil assusta, porque promove um estado de desiquilíbrio, mas nem todo desiquilíbrio resulta em queda...pelo contrário, pode nos dar condição de ver as coisas por outros angulos!!!

terça-feira, 3 de março de 2009

A união entre as criaturas...


"Toda união entre as criaturas é essencialmente um reencontro consigo mesmo, uma fusão com aquele do qual nos separamos. É uma descoberta de si mesmo nos outros." Sri Aurobindo

Vinhos, Pessoas, e a arte de transformar-se...




Você gosta de vinho?
Eu gosto. Vinho branco, de preferência um Sauvignon Blanc, bem leve e bem gelado...
Dos tintos eu gosto de ver a cor...uma cor inexplicavelmente bela! E quando se mexe a taça?!
Eles deixam aquele lastro tinto , fios de vida, cor das entranhas da terra...
Se você nunca foi a uma vinícola, vá na primeira oportunidade, e nunca mais uma taça de vinho será a mesma coisa...
É lindo ver as videiras todas enfileiradas, as filas se perdem ao longa da vista. Todas cuidadas de um jeito tão especial, como se quem cuidasse lhes conhecesse individualmente.
Depois tem a colheita, o jeito certo de retirar os cachos e transporta-los até o produto final apresentar-se para a degustação.
Eu não entendo de vinhos embora os aprecie. Mas quem entende, diz que ainda na taça eles continuam "trabalhando"...até chegar ao melhor de si.
Vinhos tem "alma", "respiram" e "tem personalidade"!
Agora, uma coisa que eu não sabia e aprendi, é o que faz determinados vinhos serem tão bons, chegar a seu ponto de excelência.
Pasmem: São as dificuldades...é isso mesmo...
Para alguns vinhos quanto mais acidentado for o terreno, cheio de pedregulhos e obstáculos, sobrevivendo as duras experiências climáticas, tendo que enfrentar um alto grau de acidez do solo, eles se tornam melhores.
A uva precisa deste esforço para se tornar de qualidade e "trabalhar" para vencer os obstáculos, as intempéries e chegar ao seu melhor formato...
E as pessoas?
Tantos anos trabalhando com pessoas e não me atrevo a dizer que as conheço!
Mas, ao ouvir a explicação do Vinicultor, não pude deixar de ver as semelhanças...
Vinhos, pessoas, talvez tudo na natureza siga esse mesmo ciclo de esforço e crescimento, porém só nós os humanos, é que reclamamos disso.
Experimente dizer a alguém que uma crise pode deixa-la melhor pessoa ou que uma dificuldade pode trazer crescimento!!!
Diga a alguém ansioso por resultados, que ela terá que esperar um ciclo de maturação para chegar ao seu melhor formato...
Experimente falar sobre o esforço que algumas situações exigem da gente, quando a pessoa já se sente totalmente esgotada pelo cansaço...
Vinhos e pessoas podem azedar e virar vinagre,
vinhos e pessoas precisam de cuidados especiais durante o processo de maturação,
vinhos e pessoas tem uma singularidade própria,
vinhos e pessoas precisam de desafios para encontrar a excelência,
vinhos e pessoas precisam transformar todo este processo de alquimia, em arte.
Bom, toda vez que tomo uma taça de vinho, penso no trabalho que deu até aquele ponto do vinho chegar a minha mesa e me presentear com seu bouquet único.
Penso nas mãos que araram a terra, no solo abençoado pelos elementais que lhe trouxeram vida, nas muitas pessoas que contribuiram para que esse momento se torna-se único e tão especial para que pudessemos desfruta-lo!
Assim também me sinto diante das pessoas que venho a encontrar...suas histórias de vida, as marcas em seus rostos, o que sua alma revela quando eu consigo captura-la com meu olhar...
Vinho Branco, o meu favorito tem um tempo de duração bem curto. Eles não suportam as variações ambientais por muito tempo.
Mas de um modo geral vinhos e pessoas melhoram com o tempo, vão se transformando lentamente, até chegar a ser algo raro e especial como a maioria das pessoas que tenho como amigas...