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sábado, 12 de setembro de 2009

A ESPERANÇA NOSSA DE CADA DIA





Gosto de andar por ai olhando coisas que talvez para outros não chame atenção. Por exemplo, sempre me atraiu as plantinhas que lutam por existir entre as fendas dos muros...você já reparou nelas? São plantinhas inexpressivas, não dão flores, não dão sombra, apenas querem viver...

E os muros...são muros antigos, onde o tempo fez seu trabalho, criando fendas, brechas para que outras pequenas criaturas pudessem habitar.

Então, eis que a vida faz seu laborioso trabalho de criação, e uma semente cai por descuido na fenda do velho muro, e surge um pretexto para a vida, algo que aparentemente não tem muito valor, mas anseia por existir, e isso me faz pensar em esperança...

Neste mundo, há lugar para toda obra da criação, e a esperança, deveria habitar no coração de todo mundo, mas nem sempre é assim.

Alguns podem florescer suas vidas em belos jardins, outros lutarão buscando a luz entre as fendas de velhos muros, num esforço contínuo pela sobrevivência de suas vidas e de seus sonhos...e isso pode ser tão difícil e cansativo!
Para muitos, a luta pela vida se dá de forma dolorida, atravessando barreiras materiais, emocionais e afetivas.
São vidas anônimas, para cumprir um destino incerto de glórias e elogios. Karmas esculpidos na poeira de um tempo, onde o espírito clamou por provas difíceis de levar adiante, e hoje tombados pelo peso da dor, e pelo cansaço do esforço, alguma singelas almas refletem seus sentimentos entre os espectros das dores emocionais intensas, com seus pálidos coloridos de depressão e medo.
Como dizer à essa pessoas que tudo passa? Que tudo se dilui na estrada da vida, se de fato sabemos que a dor, para quem a sente, é questão de urgência, de vida ou morte?
Por isso me encantam as plantinhas que nascem nas brechas dos muros...são cheias de simplicidade, vivem em meio as adversidades da vida.
Aparentemente sem importância alguma no cenário da estética existencial, elas cumprem seu papel na aparente desimportância de seu ser, simplesmente fazem o laborioso trabalho de sobreviver, lutando contra os obstáculos, exatamente como nós mesmos fazemos em nossos minúsculos mundos.
Quando vejo uma cena como essa da foto, algo de esperança acontece em mim...elas conseguem, nós também conseguiremos...talvez, elas apenas desejem nos dizer isso!










quarta-feira, 9 de setembro de 2009

UM MUNDO PRA CHAMAR DE SEU...



Estou impressionada! Acho que sou antiguinha, rsrsrs...


Sou "daquele tempo" (ui!) em que a gente escrevia cartas, bilhetes eram passados entre as carteiras do colégio, o telefone era na casa da vizinha, o diário era escrito à mão e escondido em baixo do colchão.


Os amigos se encontravam ao vivo e a cores para trocar idéias, fazer política, quebrar regras e inventar uma nova ordem para as velhas coisas de sempre...


Mas, não posso negar que o avanço da tecnologia me fascina: internet, I-phone, facebook, Orkut, Twiter...Meu Deus, quanta coisa, e tudo numa velocidade difícil de acompanhar e com instruções em inglês ( a maioria ), que me faz buscar no fundo do baú algumas palavras já há muito esquecidas.
Mas, não é incrível poder juntar pessoas de todas as tribos, de todos os lugares e países, que não podem se encontrar pessoalmente?
Até a velha psicoterapia, feita duas vezes por semana, olho no olho, palavra após palavra, cedeu lugar ao imediatismo dos bate papo com terapeutas via internet. Eu poderia agora levantar uma bandeira, e dizer que isso é um absurdo, mas direi exatamente o contrário, rsrsrs, pois talvez já estejam formando terapeutas via internet. sem contato com o professor, não é?
O que é realmente curativo, o que pode ser terapêutico nesse mundo veloz cheio de livros com formulas de auto cura, e acredite, algumas funcionam mesmo!
O que continua antigo, e sempre o será, é nossa vontade de compartilhar, de estar com os outros e de fazer com que nossos anseios se encontrem, através de outros sonhos, seja pelo contato direto com os familiares, com os amigos, com a comunidade ou pela rede de relacionamentos.
Vivemos um momento de expansão da comunicação, dos fatos em tempo real, mas isso não significa que nossa consciência está mais aberta ou compreendendo o mundo e a nós próprios com mais clareza.
Com toda essa velocidade técnica, ainda somos aqueles que mais se ocultam, do que se mostram, não é? É isso mesmo, rsrsrs...Não há tecnologia que nos tire as necessidades de sempre, que são: ser amado, respeitado e reconhecido como alguém
que faz falta para um outro alguém...
Espero sinceramente, que todo esse avanço tecnológico nos tire do estado de "ilha", mas que também seja incentivo para que todos tenham encontros reais, para que gente não se desacostume do abraço apertado, dos olhares que dizem mais do que as palavras e das nuances sutis que só os encontros ao vivo proporcionam.