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domingo, 19 de abril de 2009

DESABROCHAR OU A CORAGEM DE SER QUEM SOMOS


"E então chegou o dia em que o perigo de persistir sendo um botão causou mais sofrimento do que o risco de desabrochar. Anais Nin"


Temos medo de sofrer. Quem não tem?



E como agimos para que isso não aconteça, ou pelo menos que não doa tanto?



Quem respondeu "DEFESA" acertou!!!



Esse é um assunto escrito em livros, tão bem explicado nas teorias, com suas pontuações lógicas tão claras, tudo já tão definido pelos conceitos e pela razão humana, mas na prática...Nada mudou.



Algumas vezes explico para meus clientes como uma defesa funciona, e quando devemos correr o risco de abandona-la para seguir com nossa vida rumo a novos enfrentamentos e desafios.



Imagine que você vai sair, e lá fora está caindo um terrível temporal, perigoso e cheio de riscos para sua integridade. Para ir a rua você terá de armar-se de ferramentas: Um forte impermeável de capuz, um enorme guarda chuva, e galochas até o joelho.



Talvez você precisasse de um bote, quem sabe? Essa experiência foi sofrida e angustiante.



No dia seguinte, o céu está azul e o sol brilha. Você terá de ir até a rua, estudar, trabalhar ou namorar. Porém a experiência dolorosa o faz recuar. Você fica ansioso e angustiado, e só por precaução decide ir de capa e galocha, guarda chuva, etc. Enquanto durar esta emoção ameaçadora você vai continuar usando o seu arsenal particular de desculpas e mentiras.Imagine você torrando naquele calorão de 40 graus. Chega uma hora em que seus recursos defensivos geram mais destruição e frustração do que aconchego e proteção. É hora de mudar!

Nosso cérebro humano ainda guarda um aspecto reptilíneo de ancestralidade, que nos confere exatamente como nos animais reações defensivas, porem como somos mais sofisticados, mantemos essa proteção além do necessário. O que é o nosso bem, pode ser nossa ruína.

Ser quem somos, inclui delícias e dores, e como tudo na vida, um certo grau de ansiedade. Todo mundo sabe, que nem o Cristo agradou a todos!

Vale dizer que as tensões que se aplicam a situações corriqueiras da vida, também se aplicam as opções que fazemos de demonstrar o que pensamos, o que desejamos, o que podemos fazer e quem somos nós. Para muitos de nós é preferível ficar encolhido ou escondido num canto qualquer, remoendo nossas dores, com medo de não sermos aceitos. Até que um dia o esconderijo sufoca e deixa de ser protetor.

Se você imagina que está no palco da vida, com todos olhando para você, e ao menor deslize tudo vai desmoronar, ou que voce é um grande artista e que não pode esquecer o texto ou dizer a fala certa, senão os aplausos não virão...Saia daí, porque tudo passa muito rápido, e a vida é o que acontece enquanto você fica se preocupando com o apluso ou a vaia dos outros. Vale a pena?!

Não posso responder pelos outros, mas sinto que quando nos paralisamos com medo de desagradar ou não nos abrimos, para não perder o afeto dos demais, em breve os sintomas emocionais vão bater em nossa porta para fazer sua cobrança.

Cada um de nós tem um aspecto singular do qual o mundo precisa para se completar. As flores se abrem no tempo certo, seguindo um percurso natural, amadurecem e partem, deixando suas semente e perfumes. Agradam a todos? Nem nós!

Mas quando chega a hora do nosso crescimento, impedi-lo dói mais do que ser rejeitado por qualquer um...











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