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segunda-feira, 15 de junho de 2009

Procurei pela Rosa, mas os espinhos me feriram...



Li certa vez, em algum lugar, que a gente precisa decidir se são as rosas que tem espinhos, ou se são os espinhos que tem rosas...esta é uma questão de bastante profundidade, e o que decidimos em relação a isso faz toda diferença na forma como encaramos algumas situações em nossas vidas...

Não sei se é possível alcançar tal grau de maturidade até chegar ao ponto em que não faremos mais expectativas sobre os outros...Ai, que coisa difícil...

A gente olha para o próximo e sai fantasiando um monte de coisas que não são a realidade, e acabamos por ver aquilo que gostaríamos que fosse, do jeito que precisamos. Isso, convenhamos, é bem mais fácil do que buscar em nós mesmos as tão necessárias mudanças.

Temos a mania de reduzir os outros a uma única qualidade, e torna-se difícil ver as tantas facetas que uma pessoa pode ter. Assim criamos expectativas, corrompemos nossa percepção e transformamos o outro no nosso objeto de desejo simbólico: Ele tem ou é algo que nunca teremos ou seremos!!!

Mas vamos pensar...HUM! O outro lá é um pobre mortal igual a mim, cheio de medos, inseguranças, dúvidas, momentos de instabilidade, tropeços na vida, ai ai ai, nada tão espetacular assim.

E eis que um dia vamos lá procurando as rosas e achamos os espinhos, e vem a dor da desilusão, que é tão sofrida, porém abençoada por nos tirar os véus dos olhos. O tal sujeito que é tão paciente também perde a calma... o que sempre dá certo nas escolhas amorosas leva um chute no traseiro, o bonzinho te dá uma facada nas costas, eta mundo cruel, o que é isso minha gente?

Ah...isso é a nossa vida, com suas pessoas incrivelmente humanas, cheias de amor e ódio, lado A e lado B, capazes de coisas sublimes e coisas terríveis, muitas vezes espetaculares, principalmente se gostamos delas, mas nunca perfeitas, nunca do jeito que as idealizamos!
Todos os nossos queridos amados pais, filhos amores, amigos, colegas, todos nós tão humanos, que me perguntei outro dia, o que nos qualifica como humanos, nossas belezas ou nossas feiuras, aquilo que ao ser visto é apreciado e aplaudido, tão fácil de ser amado e querido, ou nossas limitações e momentos descabidos, em que perdemos o controle e ferimos alguém ou expressamos os sentimentos menos nobres de raiva, ciumes e inveja? Já pensou nisso?

Pois é, essa idéia me persegue desde o dia que eu e meu marido jantamos com duas lindas amigas e ficamos filosofando sobre isso!

Cheguei a minha conclusão: Se desejarmos as rosas, precisamos aprender a lidar com os espinhos, se são as rosas que possuem os espinhos ou é o contrário disso não me importo, fico com o conjunto da obra. E assim tento fazer com as pessoas e comigo mesma. Fico com a singularidade deles, coisas boas e ruins que compõem o conjunto dessas almas que entram em minha vida. As vezes aprendo com os que me ferem, e as vezes aprendo com os que me amam.
Da mesma forma que as rosas não estão aqui para me agradar, as pessoas também não estão...

Se desejo viver entre as pessoas preciso ama-las integralmente, e pode ser uma boa idéia, em vez de reclamar dos espinhos alheios cuidar do meu próprio roseiral, porque até onde me conheço, meus espinhos são iguais ao de todo mundo!
















2 comentários:

  1. Menina! Que inspiração! Lindo e verdadeiro, visceral e necessario. Farei disto a minha estrada, Que eu sempre saiba lidar com as rosas que vierem aos meus caminhos, tanto a flor, quanto o espinho. Amei! Lindo.
    bjs
    Ramona.

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  2. Querida Ramona, sabemos que só quando nos espetam os dedos é que aprendemos sobre a dor, rsrsrs, mas corajosas como somos, continuamos a plantar nossas roseiras!
    Beijos no seu coração...

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