Ouviu o barulho? É ele...o trem da vida.
Não perguntou se você estava pronto para mudar de estação, se suas malas já estavam arrumadas com suas mais doces lembranças, ou se houve tempo de recuperar algo que ficou perdido num canto de sua vida. Quando você toma consciência do apito que ele dá, já não há mais tempo.
Algo nos arrebata e ficamos ali feito uns bobos olhando da janela, igual criança, tentando entender que nova estação é essa em que nossa vida irá parar...
Não estou falando de despedidas doloridas, nem de coisas dramáticas...apenas da própria vida, coisas do dia à dia, que sequer nos damos conta, e quando vemos já passou pela janela do trem.
E para roubar a idéia do artista, o mesmo trem da partida é o mesmo trem da chegada. Mal nos damos conta de uma certa etapa da vida, se foi bem aproveitada, se tiramos todo o extrato dessa fruta doce, se guardamos as sementes para um futuro próximo, e...lá estamos agora, numa nova estação, que já ouvimos falar, mas que ao viver é tão diferente.
Cada estação que paramos é cheia de encantos e riscos, cheia de delícias que as vezes custamos a descobrir, cheia de encontros e desencontros. Não há rumos certo ao desembarcar não há segurança nesse novo lugar. O que há?
Há a vida, linda , bela, intensa, verdadeira, karmática, inebriante, surpreendente. A vida, e o que ela sempre será. O problema não é a vida, nem o "trem" que ela insiste em ser.
NÓS somos a grande questão...aquilo que creio que serei em cada etapa da vida, em cada estação desembarcada, em cada pedaço de amor vivido, em tudo que tenho dentro de mim e que finjo não saber que há, aos 20, 30, 40, 80 anos, essa minha alma alucinada que insiste em SER, e as minhas escolhas em ouvir essa voz que GRITA dentro de cada um de nós!
Queridos, não vale dizer que não ouviu ou se fazer de surdo, pois a Alma é sutilmente inteligente. Portanto tanto eu como vocês, estando prontos ou não estamos dentro do trem, e aprender a ouvir o coração, os desejos secretos da alma pode ser bem perturbador a princípio, porem garanto que a medida que ouvimos nosso Ser, a malinha vai ficando mais leve.
Estamos de passagem...Beijos
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