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domingo, 1 de fevereiro de 2009

A BELEZA DO RIO QUE CORRE...A BELEZA DO HOMEM QUE OUSA MUDAR


Porque os rios são tão belo e prendem nosso olhar? Porque ficamos ali buscando a beleza no líquido estado das águas que passam? Porque acariciamos as pedras lisas, roladas nos leitos amáveis dos rios? Tão belo, tão mutante, tão diferente sempre. Fez o Filósofo meditar sobre sua inconstância e descobrir-se homem igual ao rio na impermanência de sua própria condição: Basta um instante do olhar e da vida e não será o mesmo rio, nem sequer o mesmo homem a fita-lo...
Reclamamos da vida, das coisas que nos cercam, das grades que nos prendem, das limitações que vivemos, dos nãos que ouvimos, de tudo que perdemos. É assim mesmo, essas coisas acontecem, e daí? Tenho medo mesmo é das grades do meu olhar, esse é o maior perigo que vejo. É o medo que a gente tem de que as mudanças venham, que as pedras rolem e o rio de nossa vida transborde em suas margens criando novos caminhos, novas vertentes e novos passeios, é por causa dessas grades que nos tornamos prisioneiros das velhas coisas e conceitos sobre a vida, sobre nós mesmos e sobre os outros.
Ficamos como que atrofiados na capacidade de olhar e verificar que tudo passa, tudo muda, as águas não param de correr, o rio da vida flui independente se sou capaz de acompanha-lo ou não, por isso me preocupa as grades do meu olhar sobre a vida, e o risco de perder a visão de todas as belas coisas que as novidades podem me trazer.
A vida é assim, cheia de simplicidade, cheia de novidades, cheia de acontecimentos. Tudo está aberto para que possamos aprender, viver as ricas experiências e encontros existenciais. Tudo passa por nós, como as águas do rio passaram pelos olhos do Filósofo. O belo e rico registro de Heráclito, Panta rhei ( tudo flui), foi possível pois ele não colocou grades em seu olhar e pode ver aquilo que viria a ser o princípio do trabalho terapêutico, como a infinita fonte da nossa capacidade de mudar e ser outro melhor e mais capacitado para nós mesmos e para vida.
Deixo o convite: Olhar com amor para o coração, e tirar de lá as grades que aprisionam o olhar para o rio da própria vida, e sem preconceitos poder ver o quanto é belo e mutante o rio de esperança que corre inabalável em nosso ser...não há idade limite, nem traje apropriado, apenas é necessário um pouco de coragem para sair da prisão ilusória do próprio olhar. Beijos, Sonia.

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