Páginas

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Fenix, a morte como um ato corajoso de auto-renovação


É incrível como temos tantos apegos!
São tantos que chegamos a ser apegados ao que nos faz sofrer, a quem nos faz sofrer, a nossa própria imagem velha e já desgastada, cheia de valores e formatos inúteis e desatualizados. Isso porque temos medo do novo que possa surgir, daquilo que ainda não passou pela aprovação afetiva das pessoas que são caras em nossa vida. Desse modo seguimos acumulando quilos de pensamentos negativos, atitudes desajustadas, frustrações acumuladas, restos de sonhos destruídos, vícios emocionais que arrastam correntes de carência e culpa.
Cobranças do que não fizemos, do que fizemos e não deu certo...levamos o mundo nas costas, cobramos dos outros e de nós as perdas sofridas, as lágrimas roladas e a vida que não foi vivida com alegria e satisfação. De fato, para muitos de nós, a vida de vez em quando pesa bastante, são as malas abarrotadas de sofrimentos prontos para ser usados como justificativas dos velhos hábitos e da falta de coragem para seguir com a vida e fazer as tão necessárias mudanças que nos enchem de medo, mas trazem a recompensa de felicidade e da auto-realização.
Ser feliz tem um preço, o preço da coragem e do enfrentamento de nossos piores segredos, carregados dos fantasmas da infância, de vidas passadas e de interpretações errôneas da vida. Mudar é tarefa para os fortes, não é coisa para quem quer tudo fácil e pronto, motivo que faz inclusive muitos clientes abandonarem a idéia de uma investigação terapêutica, ao se deparar com a árdua tarefa de conhecer-se para deixar para trás o que não serve mais, é como uma "morte simbólica" que dá direito a uma vida construída em bases mais justas e honestas, diria até mais éticas.
A Fenix, ave mitológica, era capaz de carregar em suas costas imensos pesos, e vivia por muitos anos, cerca de 500 anos, até que em certo momento tornava-se clara a necessidade de morrer, deixar-se ir. Ela então muito sabiamente construía sua pira funerária e entregava-se a esse ritual de renovação, ciente que era dos ciclos da vida, com seu inicio e fim, para um novo recomeço. Para isso deixava-se queimar, até o fim, para então renascer num ato único de esperança da continuidade da vida com seus propósitos renovados...
Os Mitos são plenos de uma capacidade de comunicar o fato emocional de forma simples e rápida, trazendo em si a clareza da comunicação dos sentimentos humanos, que faz atingir a alma de todos nós seja em que época for ouvido. Precisamos também de vez em quando nos livrarmos do excesso de peso, das cargas pesadas e desfavoráveis ao progresso, precisamos dizer adeus para coisas que foram importantes, sejam elas dores ou alegrias, e seguir com a própria vida fechando ciclos antigos, para começar novos ciclos.
Quando pensei no nome desse Blog essa idéia me ocorreu,como uma fenix, rsrsrs, o outro Blog morreu, e deu lugar a esse novo momento, com semente frágeis, mas que muito me alegrou plantar. Nossa vida é assim, e nós vivemos esses ciclos existenciais em eterno movimento de renovação. Eu como sou espiritualista, sequer encaro a morte como fim! Mas enquanto isso vamos renovando nosso ser e vivendo a vida com mais energia, alegria e menos malas para carregar...é sempre bom lembrar que ser feliz é nosso direito de vida. Paz e saúde!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário