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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

OS PARADOXOS NA VIDA DO REI, DOS PSICÓLOGOS, DOS PROFESSORES, ENFIM...DE TODOS NÓS, RSSSS...


Vocês gostam de estórias? Ah, que bom!
Vou contar uma! Adoro contar essas estórias. Pois acreditem: Elas são reais!!!

Esta, aconteceu há muuuuuuuuuuuito tempo. Numa terra distante e muito próspera. Onde viviam reis, rainhas, o povo era feliz e sim, haviam os Alquimistas.
Os Alquimistas viviam procurando a fórmula da vida eterna, da transformação mística do ferro em ouro, e da transmutação dos elementos.
E juro, tudo isso aconteceu de verdade!

Nesta terra maravilhosa e cheia de riquezas morava um poderoso Rei. Ele possuia muitas terras e muitos bens, e proporcionava à corte e aos súditos uma vida cheia de alegrias e fartura. Oh, mas o Rei não era feliz. Ele vivia triste e deprimido, e padecia de um terrível mal!

Seu corpo era cheio de feridas que doíam sem parar, e por mais que ele tivesse tantos recursos e cuidasse tão bem de tudo e de todos, era incapaz de curar seu próprio mal!
Um dia, cheio de tristeza, dor e vergonha de suas feridas aparentes ele escreveu esse poema:

"De que me serve um diadema,
A firme proteção de um poder absoluto?
De que me serve ser majestade suprema,
 Se nada posso para mim,
E para os outros posso tudo?

Oh, paradoxo da vida de todos nós...

Ontem ao ler esse pequeno poema, que data de tempos imemoriais, me compadeci do Rei e sei exatamente como o pobrezinho se sente...

Pena que, com tantos Alquimistas por ali, o Rei esqueceu de ele mesmo transformar sua dor em glórias, e ninguém lhe avisou que mesmo os "soberanos" que pensamos ser são iguais a todos os outros mortais, não imunizados contra as dores existenciais, afetivas, as perdas, aos fracassos...

A estória desse Rei, representa o que já ouvi mil vezes durante minha vida, no consultório e fora dele.
Somos sem dúvida, como os Palhaços do circo, independente de nossas dores, nos aprontamos e vamos para o show,ou talvez como os ferreiros que usam as colheres de pau, rsss...não é?

Há quem se sinta como o Rei, e se envergonhe das feridas ( já vou adiantando que é uma perda de tempo!)...
Assim, vamos nos deparando com Egos atrofiados que por qualquer razão se acham acima da ordem geral da vida, e esquecem que dinheiro não ajuda na "cura das feridas interiores", principalmente as feridas morais.
Os parentes dos médicos morrem de doenças como todos os mortais, os queridos filhos dos psicólogos tem problemas existenciais, filhos de professores não passam de ano, e coitado do dentista, também pode ter um dente que inflame o canal!!!

Então me pergunto, de que "nos serve o diadema, ou a coroa, ou o Título X", se para os outros tudo posso, mas nada posso para mim?

Tirando o exagero do Rei, nem tudo podemos para os outros, e para nós mesmos e os nossos próximos podemos alguma coisa, combinado?

Quem sabe essa não é uma pegadinha espiritual do Criador, para nos dar uma medida mais justa?

Veja assim:  somos importantes e desimportantes ao mesmo tempo. Quando fazemos algo com amor para ajudar alguém, esse já é o prêmio. Nossos queridos são o que são, e viverão a vida em seu próprio tempo. Nosso amor os protegerá e acolherá no sucesso ou no fracasso, não os nossos títulos nem nossa coroa de latão...
Onde fracassamos, alguém terá sucesso por nós. Essa paradoxal intenção Divina, nos ensina a dividir e compartilhar dores e méritos, e assim vamos lapidando nosso ego!

Como termina a estória do Rei triste?
Ah...lá não tinha o final...
Mas acabo de inventar um, justo agora!

O rezinho doente, com suas feridas resolveu sair de seu castelo, e conhecer de perto a vida e a realidade que o cercava.
Acabou descobrindo que na vida de todo mundo havia algum tipo de dor, maior ou menor que a sua, e que ser ou não ser Rei, não fazia diferença em certos casos.
Olhando para outro lugar que não fosse ele mesmo, descobriu um mundo novo e a alegria de estar com os outros.
Voltando  para o Castelo, transformou-se ele mesmo em Alquimista, e soube que no fim da vida, virou ouro em pó e foi soprados pelos silfos e sílfides, espalhando-se no ar...adorei esse final!!!

Beijos em todos os meus queridos amigos...

" A figura que ilustra esse tópico, tem muito a nos ensinar, tolerância...com nossas próprias limitações"...

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